História
Conforme relatos inseridos na Imprensa Regional - Jornal de Arganil de 03.11.1966, de autoria de Libânio de Oliveira - a semente terá germinado na Casa de Pasto do Candosa, na Rua de S. Miguel em Lisboa, no ano de 1924, onde se reunira um grupo de amigos para tratarem de problemas da sua aldeia, cuja reunião culminou com a angariação de fundos para custearem o alargamento da Rua do Alqueve na Roda Cimeira, obra que se ergueu pela força de vontade destes rodacimeirenses que viera a custar 1.200$00.
Este acontecimento espontâneo, integrado nas águas mansas da actualidade, nada teria de extraordinário nem alteraria fosse o que fosse. Mas se enquadrado na terceira década do século passado, quando o mundo mergulhava no meio de duas guerras sangrentas e na penúria que grassava por todo o lado, passa logo a ter nota relevante na consciência de qualquer cidadão. Porque tem como consequência o combate ao isolamento e a melhoria das condições de vida numa aldeia serrana. Facto que, por si só, se apresentava como iniciativa inédita, estimulante e com repercussões de longo alcance para a época.
Nesta década, o mundo sofria as consequências directas e indirectas dos conflitos bélicos e os governantes tinham, entre mãos, preocupações de larga monta. O atraso sócio-económico do interior do País, com níveis de analfabetismo assustadores, as condições gerais de saúde pública e salubridade não se apresentavam como a primeira das prioridades.
É neste contexto de completo abandono, de penúria por toda a região que, em 01.11.1928, viera a constituir-se, como a primeira colectividade do Concelho de Góis com a designação de Sociedade de Melhoramentos de Roda Cimeira, estatutos aprovados pelo Governador Civil de Coimbra, com sede em Roda Cimeira, Freguesia de Alvares. Dando, assim, seguimento aos efeitos entusiásticos do sucesso do alargamento da referida rua.
Deste célebre grupo, alguns elementos se destacaram como:
- António Maria Lopes Baeta
- Manuel Lopes do Cabeço
- Francisco Gonçalves
- António Maria de Almeida
- Adelino Lopes Baeta
- José Oliveira Neves
Não pode deixar de ser realçado que, para além de ser a primeira colectividade do Concelho instituída por gente comum, residente fora da sua aldeia, ela própria ficou sedeada na respectiva povoação, destacando uma delegação em Lisboa, onde essa gente morava.
Situação bem diferente desse movimento que posteriormente veio a eclodir e a desenvolver-se na região, com grande empenhamento e fervor. Este é um pormenor que, pela sua singularidade, torna-se digno de todo o realce.
Mais tarde, em 1965, conforme notícias publicadas no referido Jornal, confirmadas na Acta n.º 19 de 09.02 65, foi decido que, por razões do fluxo migratório da época, a direcção da colectividade seria transferida para Lisboa e a delegação ficaria instalada em Roda Cimeira. Estamos aqui perante um dado historicamente importante, o qual nos revela como a colectividade seguia, a par e passo, a movimentação das forças vivas da aldeia em que se apoiava.
O elenco de então, fora assim constituído:
Presidente da Direcção, Libânio Simões de Oliveira;
Vice-Presidente, Fernando Baeta Henriques Estêvão;
1.º Secretário, João Henriques Baeta;
2.º Secretário Antonio Martins Alves;
Tesoureiro, João Lopes Cascalheira;
Vogais: João Henriques Baeta e Arlindo Loureiro.
A delegação era assim constituída:
Presidente, César Matias;
Secretário, Adelino Lopes Baeta e Tesoureiro, Mário Martins Barata.
Fonte: Sociedade M. de Roda Cimeira, Oitenta Anos de Vida